quarta-feira, 27 de abril de 2011

A vida continua... sempre!


Mesmo muitos dias depois é notável aperceber-me como a vida continua. E continua, mesmo que seja devagar. Continua desde que exista vida dentro de nós que permita a nós próprios continuar... a ela própria continuar. Eu continuo a emocionar-me com coisas aparentemente pequenas. Gosto de saber que posso sorrir e chorar com uma facilidade quase extrema. É tão ténue a linha que os une e separa. Não sei porquê, mas não me sinto mal quando vejo um filme mais piegas e me emociono. O sentimento de onde provêm as minhas lágrimas, só eu o conheço e gosto que ele me acompanhe. Porque é o mesmo que me acompanha sempre em momentos bons e maus e, por estranho que possa parecer é o mesmo que me faz rir até me doer a barriga. Como uma frase que vi num filme qualquer e memorizei, este é o riso que provém das entranhas! Porque para mim, para a vida continuar, a sua essência tem de vir das entranhas de cada um de nós e é nessas entranhas que mora aquilo que faz a diferença entre construir uma ligação com tudo o que existe à nossa volta e destruir essa ligação. Se em vez de termos medo, nos ocuparmos em trabalhar a poderosa ferramenta que é o Amor, basta pedir e sorrir e tudo o que nos rodeia vai receber a mensagem e dar-nos de volta o que queremos. É verdade!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Obrigado Mãe

Todas as mães são especiais...
Alguém com quem nos divertimos, com quem rimos e choramos.
Alguém com quem contar quando sofremos.
Estas linhas são para alguém muito especial.

"Obrigado, por me dizeres que sou bonito.
Por me transmitires confiança, obrigado mãe.
Obrigado por arranjares tempo para te divertires comigo.
Obrigado por todas as coisas que me ensinaste a fazer.
Mãe, obrigado por todas as minhas festas.
Obrigado por me ajudares a apresentar-me no meu melhor.
Obrigado por me preparares sempre a tempo.
Obrigado pelos sacrifícios que fizeste por mim e pelo teu apoio constante.
Pela tua força.
Por acreditares em mim.
Obrigado por guardares os meus segredos.
Quando as coisas não corriam bem, tu estiveste sempre a meu lado.
Obrigado.
Mãe, quando estou triste sinto a tua falta.
Obrigado por todas as vezes em que me reconfortaste.
Desculpa-me todas as birras e todas as dores de cabeça que posso ter-te causado.
Obrigado por continuares a amar-me.
Obrigado por me dares liberdade.
Querida Mãe, sei que te preocupas.
É só para dizer-te que estou bem!
Amo-te.
Obrigado por te orgulhares de mim.
Por todas as coisas que fizeste por mim.
Por seres tão maravilhosa e especial."

Jenny Kempe

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

E depois do adeus...


Pssst!!! Gostava de te deixar uma grande palavra de agradecimento. Fechar contigo estas ultimas horas. Porque se saio deste ano muito confuso, também saio um pouco mais esclarecido. E mesmo entrando no novo ano um pouco a medo, tenho a certeza que vou superar qualquer coisa que aconteça. Ensinaste-me a entender como são grandes os limites para a resistência humana! Maiores ainda para a alma! Não posso mesmo deixar de te agradecer. Porque se hoje estou um pouco mais "só", também me sinto mais acompanhado. E não é contraditório, porque aconteceram muitas aproximações e tu... tu és omnipresente: porque penso em ti quando estou feliz e quando estou triste, quando faço algo de bom e quando faço algo de errado. Como se tivesse ganho uma nova consciência! Ou se não nova, pelo menos mais vasta. E porque demorei tanto para exteriorizar? Porque custa, ora essa! Porque custa mesmo muito. Mas esta dor que não se sente vir chega com uma outra curiosa faceta: a da elevação! Porque mesmo quando doí, eu sinto-te presente e sinto aquilo que ficou. E o que ficou chama-se amor! E o amor incondicional traz-me paz! Paz com o que disse e o que não disse, com o que fiz e o que não fiz, com o que quer que isso tenha de bom e de mau. E assim posso dizê-lo e fazê-lo agora, na certeza que estarás consciente da minha consciência. E porque esta paz me mostrou que posso olhar para mim, encontrando-me; fazer o que gosto, definindo-me; encontrar a comunhão, preenchendo-me; dizer que sim e que não, respeitando-me; fazer vibrar o meu Ser, fazer sentido e reconhecendo-me!

Dias depois de chorar eu também sorrio...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Saudade é o Amor que fica...

"Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivencia e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.

Dizem que a dor é quem ensina a gemer. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar. No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades. Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia. Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.

Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção. Meu anjo respondeu:

- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:

- E o que a morte representa para você, minha querida?

- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é? (Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)

- É isso mesmo, e então?

- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?

- É isso mesmo querida, você é muito esperta!

- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.

- ... E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.

Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:

- E o que a saudade significa para você, minha querida?

- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica! Um anjo passou por mim... Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa. Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes. Que bom que existe saudades! O amor que ficou é eterno."

Testemunho do oncologista brasileiro, Dr. Rogério Brandão

in iPhil

segunda-feira, 16 de março de 2009

Trabalha-se depressa demais. Hoje em dia vive-se depressa demais. O problema não está na quantidade de coisas, mas na velocidade com que se se fazem. Depois fica tempo demais disponível para tudo o resto que se tem ou se julga necessitar de fazer, logo faz-se cada vez mais! Não há tréguas connosco, com os outros.

Hoje em dia faz-se tudo depressa demais.

Até amar alguém.

Calma...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Amanhã não... hoje!

Pensar que a vida é eterna é um erro, mas pensar que se é imortal, talvez seja um erro pior... e isto porquê? Porque vi como pode ser importante o mais pequeno gesto de conforto, um agradecimento, um olhar que seja! Que ninguém se impeça de fazê-lo, ocupando-se a si e aos outros com as quotidianas desculpas que o tempo não estica (pois não, nem o nosso) e que pode sempre ficar para amanhã. E quando o amanhã traz essa pontinha de mágoa e de arrependimento pelo que não se fez, quando se tornou presente? Tarde demais. Depois é tarde, hoje é que está a acontecer!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007


Dias depois é que se medita, se pensa no que aconteceu, em todas as coisas... e então se pensa no momento que antes se registou e no seu significado mais invisível...

Dias depois é que se fazem os balanços e se sorri, e se quer voltar ao tal lugar tão especial!